Deixar ir. O que isso significa?
Esquecer? Jogar embaixo do tapete? Mandar para aquele lugar? Sinceramente, acho
que nenhuma das opções acima. Acredito que deixar ir seja um dom de poucos.
Muita gente segura com força para não perder, outros só conseguem realmente
deixar ir quando tem algo para substituir.
Para
mim, deixar ir é entender e aceitar que algumas coisas não devem ficar. Não é
se esquecer, nem colocar embaixo do tapete e, muito menos, mandar para aquele
lugar. Deixar ir vai muito além dessas atitudes.
Deixar ir também exige certa
maturidade. Quem tenta tapar o sol com a peneira é exatamente quem tenta fingir
que esqueceu, ou xinga loucamente na tentativa de acreditar que já está bem
resolvido. Nada disso.
Só
deixamos ir de verdade quando já nos resolvemos emocionalmente com aquilo que
precisa ir embora. E, principalmente, só deixamos ir de verdade quando
temos coragem de ficar com as mãos vazias.
Isso porque deixar ir quando já temos
algo para substituir não é deixar ir de verdade, é repor.
É por isso que eu digo que deixar
ir é uma força de poucos. Temos medo de ficar de mãos abanando para o ar. Temos
medo de não ter algo para dizer que é nosso. Temos medo de deixar o passado no
passado, quando ele ainda mexe tanto com o nosso presente.
Sinto
muito, mas uma hora as coisas precisam ir. São poucas as que ficam. São raras.
São únicas. A maioria é passageira, efêmera, deixa apenas rastros.
É
difícil, mas é assim que a vida funciona. Faz parte e tem seu lado positivo
também, pois a partir do momento em que aprendemos a deixar ir, quer dizer que
superamos aquela necessidade de ter algo em mãos o tempo todo.
Quer dizer que enfim amadurecemos o
suficiente para entender que muitas coisas chegam, mas poucas ficam.
Fonte: O SEGREDO - Bruna
Cosenza