Comparativamente à mitologia das moiras, a vida de
cada um de nós é um processo artesanal, onde se vai alinhavando fio sobre fio,
de maneira cuidadosa e paciente. Nesta vida, aprendemos com as moiras a
festejar as intempestivas glórias, a desapegar-se, a desfrutar dos “golpes de
sorte”, a sermos ativos na passividade e passivos no que pretensamente pensamos
que temos o controle: aprendemos a morrer, a renascer, em suma, aprendemos a
viver.
Na mitologia grega, as moiras ou
parcas eram três irmãs responsáveis em elaborar, tecer e interromper o fio da
vida. Simbolicamente, representavam situações fatídicas, ou seja, que não
estavam em nosso poder de escolha, de posicionamento ou atitude para reverter
uma determinada situação, como podemos observar em muitas circunstancias
arquetípicas da nossa vida. A ferramenta utilizada pelas moiras para
“instrumentalizar a vida” era o “grande fiar”, a chamada “roda da fortuna” que
na urgência das mudanças imprevistas girava inesperadamente nos deixando
atônitos e sem saber o que fazer diante da nova proposta que nos era
apresentada. Muitas vezes dramática, muitas vezes feliz, mas sempre inesperada:
“destino”.
Diante do novo panorama do grande
tear, tentamos realizar mudanças que muitas vezes são infrutíferas, parcas. Tem
situações que quanto mais somos ativos, mais interrompemos o seu fluxo,
atrapalhamos, estancamos. E então o que nos resta neste cenário é aquele mais importante:
alinhavar a própria mudança. Infelizmente, mudar a si mesmo não é um processo
prático; não existem receitas prontas ou acabadas.
Nesta vida, aprendemos com as moiras
a festejar as intempestivas glórias, a desapegar-se, a desfrutar dos “golpes de
sorte”, a sermos ativos na passividade e passivos no que pretensamente pensamos
que temos o controle: aprendemos a morrer, a renascer, em suma, aprendemos a
viver.
Para refletir:
Comparativamente à mitologia das
moiras, a vida de cada um de nós é um processo artesanal, onde se vai
alinhavando fio sobre fio, de maneira cuidadosa e paciente. A mudança interna,
aquela que podemos modificar, requer desconstrução e construção consciente e
continua, já que a vida de cada um é seu artesanato, construído por suas
próprias mãos, é obra primeva, é o que se faz dela, é como construímos dentro
de determinadas possibilidades. Muitas coisas não podemos modificar e para
estas precisamos de uma boa dose de paciência e sabedoria. No entanto, muitas
podemos modificar, mesmo que em uma ativa passividade.
(Fonte: Soraya R. de Aragão – Osegredo)
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